Pelo menos 90% das obras do artista plástico Hélio Oiticica foram destruídas devido a um incêndio no primeiro andar da casa da família no Jardim Botânico. Lá estavam abrigadas mais de mil peças do acervo do Projeto Hélio Oiticica e nada se salvou. O prejuízo é estimado em US$ 200 milhões pelo arquiteto César Oiticica, irmão do artista, que mora no segundo andar da mesma casa e não tinha seguro das obras. Hélio Oiticica tem entre suas obras mais importantes a Tropicália, que inspirou e deu nome ao movimento cultural brasileiro que revolucionou a música, o cinema, o design, a moda e as artes do país nos anos 70. A obra faz parte da coleção permanente da galeria Tate Modern, de Londres, que adquiriu o trabalho em 2007. Oiticica começou a estudar pintura com Ivan Serpa, em 1953, após tomar contato com as obras de Paul Klee, Alexander Calder, Piet Mondrian e Pablo Picasso durante a segunda Bienal de Arte Moderna de São Paulo. Em 1954, entrou para o Grupo Frente e junto fez a sua primeira exposição no Museu de Arte Moderna. A partir dos anos 60, Oiticica começou a definir o seu papel nas artes plásticas brasileiras e a conceituar uma nova forma de trabalhar. Surgiu uma proposta da apreciação sensorial mais ampla da obra, através do tato, do olfato, da audição e do paladar. Em 1964, o artista aproximou-se da cultura popular e passou a frequentar a Escola de Samba Mangueira, tornando-se passista e integrando-se na comunidade do morro. Vem dessa época o uso da palavra parangolé que passou a designar as obras que estava trabalhando naquele momento. Morreu em 1980, após sofrer um AVC.