FOTOGRAFIA DE PALCO – Os últimos 25 anos do teatro brasileiro reunidos num único livro. É Fotografia de palco (Editora Senac e Edições Sesc SP), registro de 571 fotos de espetáculos teatrais clicadas por Lenise Pinheiro, fotógrafa do jornal Folha de S.Paulo e do blog Cacilda, criado em parceria com o jornalista Nelson de Sá. Seu percurso profissional começou em 1983, na Escola de Arte Dramática (EAD). A primeira montagem que fotografou foi Laços, de Odavlas Petti. No decorrer do tempo, aproximou-se de diretores determinantes, como Gerald Thomas e José Celso Martinez Corrêa. Entre as fotos incluídas no livro, cabe citar várias marcantes: Kazuo Ono, mestre do butoh, Fernanda Montenegro em Da gaivota, Cacá Carvalho em O homem com a flor na boca, Cleyde Yáconis em Cinema Éden, Christiane Tricerri e Cacá Rosset em A megera domada, Walderez de Barros e Leopoldo Pacheco em Fausto zero, Cassia Goulart em Navalha na carne e Yara de Novaes em O continente negro. Fica flagrante nas fotos o olhar minucioso, detalhista, de Lenise, que tem no fotógrafo Fredi Kleemann uma referência determinante.

UMA EMPRESA E SEUS SEGREDOS: COMPANHIA MARIA DELLA COSTA – O livro (publicado pela editora Perspectiva) é ilustrado por mais de uma centena de fotos da atriz Maria Della Costa, que hoje vive afastada da vida artística, administrando sua pousada em Paraty. A publicação nasceu de um longo período de pesquisa por parte da pesquisadora, professora e crítica Tânia Brandão, que mergulhou em manuscritos, livros, desenhos, entrevistas, fotos e filmagens - que durante o percurso geraram, inclusive, sua tese de Doutorado em História Social na UFRJ: Peripécias modernas – Companhia Maria Della Costa (1948-1974) – para contar a história do Teatro Popular de Arte (TPA), companhia de Maria Della Costa, Sandro Polônio e (posteriormente) Itália Fausta, desde sua fundação, em 1948, no Rio de Janeiro, até seu fechamento, em 1974, em São Paulo. A discussão levantada pela autora poderá revolucionar algumas das teorias mais tradicionais e oficialmente aceitas sobre a história do teatro brasileiro, que atribuem ao grupo Os Comediantes (que em 1943, no Rio, encenou Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, sob a direção de Ziembinski) e ao TBC (Teatro Brasileiro de Comédia, criado em São Paulo em 1948 por Franco Zampari) papel decisivo na formação do teatro moderno brasileiro. Tânia questiona a posição secundária em que a história oficial localiza, até hoje, o legado de Maria Della Costa e sua companhia. Durante os anos de sua existência, a companhia Maria Della Costa montou 42 peças. Revelou o dramaturgo Jorge Andrade, de quem encenou A Moratória, em 1955; foi responsável pela primeira montagem profissional de Brecht no Brasil, A Alma de Boa Se-Tsuan, em 1958, acolheu a dramaturgia de Gianfrancesco Guarnieri (Gimba); encenou Mirandolina, de Goldoni, e A Lição e A Cantora Careca, de Ionesco. Teve como diretores Gianni Ratto, Ruggero Jacobbi, Flaminio Bollini, Luís de Lima e Flávio Rangel.